Superman
Superman (Imagem:Warner Bros. Pictures)

Superman, o ícone dos quadrinhos, símbolo de força, esperança e… tédio nos videogames? Enquanto o Batman está quebrando ossos em Gotham e o Homem-Aranha está balançando entre prédios em Nova York, nosso querido Clark Kent parece estar preso no limbo digital. Mas por que isso acontece? Será que o Homem de Aço é invencível até para os desenvolvedores? Spoiler: é quase isso.  

Vamos encarar a verdade, criar um jogo do Superman é tão fácil quanto quebrar a Fórmula 1 de Mario Kart. Ele é tão forte, tão rápido e tão invulnerável que é difícil fazer o jogador se sentir desafiado sem, bem… trapacear com alguma Kryptonita por aí. 

Superman: o “cheat code” ambulante dos super-heróis  

Pense em qualquer jogo que você adora. Agora imagine que o personagem principal pode voar mais rápido que um jato, nunca leva dano e derruba o chefe final com um tapa na cara. Parece divertido? Pois é, nem tanto. Superman é basicamente o “modo fácil” personificado, tornando sua adaptação para os videogames um pesadelo criativo.  

Nos games, você quer sentir o peso das suas escolhas, o perigo nos combates e a emoção de superar desafios. Mas como você faz isso quando seu protagonista é um deus com capa? Dá até para imaginar o brainstorming na reunião dos desenvolvedores:  

— “Ok, ele pode voar, destruir tanques e não se machuca. Alguma ideia de como fazer o game divertido?”  

— “E se… colocarmos ele para resgatar gatinhos de árvores?”  

— “Genial. Próximo projeto.”  

Superman 64: o trauma coletivo dos gamers  

Ah, Superman 64, o jogo que deveria ser apagado da história, mas continua vivo na memória dos gamers como uma piada pronta. Ele não só falhou em capturar a essência do personagem, mas também conseguiu ser tão divertido quanto montar um móvel sem manual.  

A mecânica principal? Voar por anéis (sim, anéis!) em um mundo vazio e cheio de névoa. Isso porque a névoa foi usada para esconder o quanto o jogo era malfeito. E o pior? Essa obra-prima do fracasso ainda é lembrada como o “manual do que não fazer” em jogos de super-heróis.  

Se um jogo do Superman já começou assim, você entende por que nenhum estúdio quer ser o próximo a se arriscar. O trauma foi real, e a indústria continua tentando esquecer.  

Como fazer o Superman não parecer um deus entediado?  

Se tem uma coisa que aprendemos com jogos como The Last of Us ou God of War, é que o jogador se conecta com personagens que têm falhas, limites e desafios emocionais. Superman, por outro lado, é como aquele amigo perfeito que faz tudo certo — ótimo de se admirar, mas insuportável de acompanhar de perto.  

Uma solução seria focar em Clark Kent, o jornalista tímido que tenta salvar o mundo enquanto entrega artigos a tempo do fechamento. Que tal um jogo que explore os dilemas morais do Superman? Salvar 10 pessoas de um prédio em chamas ou impedir que um trem descarrilhe? E mais: como lidar com a culpa de não conseguir fazer tudo ao mesmo tempo?  

Outra ideia seria trazer vilões que realmente desafiem seus poderes, como Darkseid ou Brainiac, colocando o Superman em situações onde apenas força bruta não resolve. E claro, nada de missões ridículas como “voar por anéis” Isso já foi testado, e sabemos como terminou.