Thomas Mahler, fundador da Moon Studios, está animado para falar sobre a indústria de jogos. Após sua postagem comentando o fechamento dos 4 estúdios por conta da Microsoft – e, quebra, alfinetando a EA – agora, ele publicou outro post, muito mais longo.
Na sua opinião, a onda de aquisições que varreu os últimos anos pode ser causada pelo desejo das grandes corporações de possuírem plataformas próprias.
Sabe-se que as empresas relutam em compartilhar seus lucros com a Valve, resultando em aplicativos como Ubisoft Connect ou EA. Os estúdios adquiridos serão obrigados a fornecer conteúdo consistente para essas plataformas.
“O problema é que se você tirar os criadores originais dessas franquias, sobra apenas alguns nomes que importaram no passado, mas que não necessariamente importarão no futuro, porque – surpresa – sempre foi o talento por trás dessas franquias, que fizeram tudo funcionar.”
Thomas Mahler
Segundo Mahler, a presença de franquias famosas no portfólio não significa que pela popularidade elas terão sucesso quando perderem o “pai”. É difícil discordar desta afirmação e há muitos exemplos disso.
Claro que há exceções, como é o caso de Resident Evil. A popularidade continua, porém, com a saída de seu pai, Shinji Mikami, a franquia mudou muito. Se para melhor ou pior, é assunto para um outro artigo…
Você consegue imaginar, por exemplo, um novo Dark Souls sem Hidetaka Miyazaki? De qualquer forma, nem é preciso imaginar, porque a segunda parte da série – a única em que ele não atuou como diretor – é a menos querida pela comunidade. Além disso, ao mesmo tempo, Miyazaki estava desenvolvendo Bloodborne, que os fãs, pelo contrário, adoram.
Mahler também mencionou diversas franquias para apoiar sua tese:
“Quem se importa com Metal Gear hoje sem Kojima? Quanto vale a marca Metal Gear hoje?
Diga o que quiser sobre George Lucas, mas Star Wars simplesmente não é o mesmo sem sua visão maluca.
Poderia Ori 3 ter sido feito por outro estúdio se não o Moon? Duvido que consigam capturar a mesma essência do jogo.”
Isso é claramente visto no exemplo da citada Microsoft. E daí se a empresa comprou a Blizzard Entertainment – um estúdio conhecido por séries cult como Diablo, Warcraft e StarCraft – se as pessoas responsáveis por eles não trabalham mais lá.
Isto foi brilhantemente demonstrado pelo mais recente Diablo IV, que não correspondeu às expectativas dos fãs e é improvável que traga glória à empresa.
A popularidade das grandes marcas não dura para sempre e diminui com o tempo, e produtos ruins sempre permanecem uma mancha em sua imagem, o que pode até levar a novas demissões e fechamentos de estúdios.
Segundo Mahler, em tal situação é melhor focar na criação de algo completamente novo, em vez de tentar repetir à força o sucesso dos antecessores.