Quando Nioh 3 foi anunciado durante o State of Play, admito que meu hype foi imediato. Como fã da série desde o primeiro jogo, não pensei duas vezes em baixar a demo assim que ela ficou disponível no PS5. Algumas escolhas funcionam, outras ainda me soam estranhas, mas uma coisa é certa: Nioh 3 está tentando algo diferente, e isso por si só já merece atenção.
Combate
O sistema de combate dividido entre Samurai e Ninja tem charme. Gostei do dinamismo e da liberdade para escolher entre abordagens mais diretas ou mais furtivas. O problema é que essa divisão também limita.
Algumas armas ficam presas a um estilo específico, e confesso: como fã das Tonfas, me frustrei ao vê-las restritas ao modo Ninja e pior, com um desempenho muito abaixo do que tiveram em jogos anteriores.

Além disso, o modo Samurai está preso a opções que, pessoalmente, nunca foram minhas favoritas. Espada, Odachi e lança não me empolgaram tanto quanto eu esperava. Por isso, joguei grande parte da demo com o estilo Ninja, mesmo sem estar completamente satisfeito com ele.
Ninjutsu
Um ponto positivo: o ninjutsu está mais bem encaixado na jogabilidade. A mecânica da Névoa, por exemplo, que deixa um clone para te ajudar a escapar de ataques, adiciona uma estratégica interessante. Também gostei de ver que o uso de habilidades enquanto você luta, o que abre espaço para combos criativos.

Mas senti falta de coisas que definem Nioh, como as posturas e o pulso de ki, principalmente no modo Ninja. Tudo pareceu mais raso, mais simples, quase como se estivesse testando um spin-off e não uma verdadeira sequência. E sim, eu sei que mais habilidades podem ser liberadas depois, mas a demo já deveria passar essa sensação de profundidade.
Visual e desempenho
Visualmente, Nioh 3 não tenta reinventar a roda e tudo bem. O design de personagens continua estiloso, com armaduras detalhadas e animações de combate bem fluidas. A ambientação das vilas e cenários também segue o padrão sombrio da série, com aquela atmosfera misteriosa que combina perfeitamente com o enredo.
Ainda assim, para um jogo exclusivo de PS5, eu esperava um pouco mais de impacto visual. Os gráficos fazem o suficiente, mas não chegam a impressionar. E em algumas partes, especialmente em áreas abertas com muitos elementos na tela, notei quedas de desempenho abaixo dos 60fps, o que precisa ser ajustado até o lançamento completo.
Sensação geral
Ao final da demo, fiquei com uma sensação curiosa. Nioh 3 tem bons ingredientes, mas por enquanto, parece mais um experimento do que uma sequência consolidada. Há elementos de Wo Long, toques de Rise of the Ronin e a base de Nioh misturada nisso tudo, o que não é ruim, mas também não é exatamente o que eu esperava de um Nioh 3.
Se a Team Ninja usar o feedback dessa demo com sabedoria, acredito que o jogo completo pode entregar algo mais refinado e fiel ao legado da série. Até lá, continuo com um pé dentro… e o outro ainda avaliando o terreno.